INTRODUÇÃO
Neste trabalho apresentaremos a nossa
monografia, que fala sobre a impecabilidade do Cristo, um dos mistérios da fé,
mas que tem levados muitos por caminhos tortuosos da ortodoxia. Apresentaremos
aqui, por que que nós cremos que o Cristo não pecou, muito mais, Ele nem sequer
nasceu com o pecado original. Esta é a nossa dissertação.
Impecável segundo o dicionário eletrônico de Aurélio significa não
sujeito a pecar, imaculável, e é isto mesmo que aconteceu quando nos referimos
a Jesus Cristo.
O ensino de que Jesus Cristo não tinha pecado tem sido uma convicção
universal da Igreja Cristã.
A consideração da genuína natureza humana de Cristo leva-nos
espontaneamente a outra pergunta conexa e bem conhecida nas pesquisas
teológicas, a saber: Que tem a ver o homem Jesus com o pecado humano? Houve em
Cristo a pecaminosidade humana? Se ele é plena e verdadeiramente homem, acaso
não deveria necessariamente participar da natureza pecaminosa, atributo de todo
homem neste mundo? Haverá razão para eximir Cristo desta dimensão humana
universal, qual seja a luta contra o mal? E, aceita eventualmente para Cristo a
isenção de qualquer pecado de fato, haverá motivo para reivindicar a isenção de
qualquer pecado de fato, haverá motivo para reivindicar sua impecabilidade
absoluta, em virtude da união hipostática? Não faltaram teólogos para opinar
que tal “impossibilidade de pecar” ataca a realidade humana de Cristo e tira
qualquer valor às lutas do Senhor. Como conciliar a impecabilidade a priori do
Cristo com a realidade de suas tentações e de suas angústias?
Está lançado o problema. Cristo de fato não pecou? Houve a tentação, ou
foi apenas “jogo de carta marcada?” Houve a alternativa de escolher entre
obedecer e desobedecer? Este é o tema desta monografia.
O
PROBLEMA DA IMPECABILIDADE
Se o Cristo era verdadeiramente homem
como atesta as Escrituras, por que Ele está isento de qualquer pecado? Cristo
nasceu com o pecado original? Podia o Cristo pecar ou não? Respondendo a
primeira pergunta, sim. Apesar da natureza de Jesus ser igual a nossa, ele não
herda o pecado original, consequentemente respondemos a segunda pergunta. Isto
é atestado pelo fato de o nascimento de Jesus não ter tido a participação do
homem. É fato comprovado que é o homem que transmite a natureza pecaminosa para
seus descendentes, cf Gn. 5.3, a ciência confirma também que é o homem que
transmite para sua prole toda sua característica, e ainda tem um significado
teológico importantíssimo: a nova humanidade agora não provém da terra, mas sim
do céu, o novo Adão é de cima, a nova humanidade nasce de Deus, a graça vem do
alto sem participação humana alguma. Quanto ao fato se o Cristo podia pecar,
claro que sim, ser tentado não é pecado, ceder a tentação sim, porém vale a
pena ressaltar que as tentações do Cristo foram externas, o Cristo não alimentava desejo de pecar.
Preste atenção: Adão tornou um pecador por pecar. Você não torna um
pecador por pecar. Adão sim, mas você não. Na verdade você e eu pecamamos por
sermos pecadores; quer dizer, fazemos por sermos o que nós somos. Natureza
pecaminosa. Só que em Cristo não, por que Ele não tinha esta mesma natureza que
nós temos, Ele era humano, semelhante à carne do pecado (Rm. 8:3), mas não
herdou de Adão esta natureza pecaminosa que nos leva a pecar.
Outro fato a ressaltar é que Deus não pode ser tentado, e isto é verdade
(Tg. 1:13), mas temos que diferenciar duas palavras gregas aqui: Peirakso (peirakso) = solicitude para o mal, vontade de pecar, e
peirasmós ( peirasmoz) = provação. Com isto afirmamos que o Cristo
podia ser provado, tentado, porém não tinha a solicitude para o mal, Ele estava
tão absorvido pela vontade de Deus que não tinha “tempo” para pecar. Ser
tentado não é em si mesmo pecaminoso. Uma pessoa poderia tenta-lo com algo que
você não tem desejo nenhum de fazer, como cometer assassinato ou participar em
perversões sexuais. Você provavelmente não tem nenhum desejo de participar
dessas ações, mas ainda sim foi tentado por que alguém lhe apresentou a possibilidade,
por isso tentado pode ser uma proposta de oferta pecaminosa por alguém ou algo
fora de você mesmo ou por sua própria natureza pecaminosa, ou considerar
participar em um ato pecaminoso, seus possíveis prazeres e consequências de tal
forma que esse ato já esteja acontecendo em sua mente. Jesus sabe o que significa ser tentado, mas
Ele não sabe o que é pecar. Como diria um hino da nossa harpa cristã (hinário
oficial das Assembléias de Deus): “tentado não cedas, ceder é pecar” (nº 75).
Cabe aqui uma pergunta: Qualquer que
fizer a vontade de Deus é impecável ou consegue ser impecável? Não! O homem
nasce com o “germe do pecado” por causa de Adão, ou seja, todo homem nasce com
o desejo de pecar, fato que não ocorreu com Jesus, como já falamos acima em
relação à concepção virginal do Senhor. Apesar de humano e de ter a mesma
natureza nossa o Cristo não herdou o pecado original. Jesus não tinha o desejo
interno de cometer pecado, como ocorre em todo ser humano, podia até ceder às
tentações externas, mas não possuía a semente do pecado.
Antes de passarmos para o desenvolvimento do tema, refutemos alguns
itens que os liberais usam para negar a impecabilidade do Cristo:
Hb. 2:10,11- Fala que Cristo se
consagrou ou seja se santificou. Mas isto não significa fraqueza moral, mas sim
que Ele se identificou com o homem, tomando sobre si mesmo as imperfeições
humanas.
O Batismo de Jesus – Jesus não se
batizou para remissão dos pecados, mas revela como cordeiro de Deus que carrega
os pecados do mundo. Além do mais todo levita e sacerdote quando iniciava seu
ministério passava, segundo a lei de Moisés pela lavagem por água, indicando
assim o início de sua vida ministerial, o mesmo aconteceu com Jesus, não foi
nada para remir os pecados do Cristo.
Hb. 5:9 – O
que significa aperfeiçoado aqui? Na verdade a expressão grega seria melhor
traduzida por consumado, não podemos entender como querem os críticos que um
dia Cristo não foi perfeito, o que o texto diz é que Cristo venceu todas as
provações e assim como humano que era foi aperfeiçoado, na sua espiritualidade.
Ser
humano significa ter pecado – Bem, quanto a isto já falamos página
acima.
Jesus
foi acusado de transgredir a Lei de Deus – A acusação é injusta, o
fato de Jesus ter violado o quarto mandamento partia de uma falsa interpretação
legalista, Cristo, aliás, é o Senhor do sábado e deu o sentido real do
descanso.
O
jovem rico – “Por que me chamas bom?” Os nãos ortodoxos argumentam
que nem Jesus se qualificou de bom, tendo em sua vida imperfeições. A palavra
aqui deve ser colocada no contexto. A atitude do jovem revela um conceito
superficial do que é bom, o que Jesus está dizendo aqui é por que você me chama
de bom se não confessa qualquer pecaminosidade ou falha? O jovem já chega
dizendo ser perfeito dizendo que guarda os mandamentos, então Jesus o replica
para reflexão. O bom em Jesus não é diminuído ou parcial, mas pleno e total.
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
Tomaremos como ponto de partida os testemunhos claros e evidentes da
Sagrada Escritura sobre a positiva santidade de Cristo e sua isenção de culpa
atual. A concordância e abundância dos textos quase não dão lugar para duvidar
da impecabilidade de Jesus e de sua santidade absoluta. Vejamos:
“Aquele que não conheceu pecado,
Ele o fez por nós” (2ª Co. 5.21).
“Ele não cometeu pecado, nem
se achou falsidade na sua boca” (1ª Pe. 2:22).
“Ele se manifestou para tirar os pecados, mas n’Ele não existe pecado” (1Jo.3:5).
“Quem de vós me acusa de pecado?”
(Jo. 8:46).
“Tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb. 4:15).
“O Santo que há de nascer”
disse o anjo a Maria (Lc 1:35).
“Tú és o Santo de Deus”
Confessa Pedro (Jo. 6:69).
A própria mulher de Pilatos disse: “não entre na questão deste justo” (Mt. 27:19).
Nenhuma sombra empana a vida de Cristo, nenhum pecado ou vício ofusca o
seu rosto. Não se propõe n’Ele um homem ideal, de extraordinário
desenvolvimento humano, e digno de nossa imitação. O Cristo é muito mais do que
isto, embora vivendo verdadeira e autêntica vida humana, estava absolutamente
voltado para a vontade do Pai, e por este motivo irradiava a luz perfeita e a
absoluta santidade.
Por
que era necessário que Jesus não tivesse pecado?
Por vários motivos: (1) A impecabilidade
de Jesus era necessária para que Ele pudesse ser um substituto adequado para
todos os pecadores ao morrer na cruz. Se não tivesse sido um “cordeiro sem
defeito e sem mácula”, seu sangue não teria sido precioso (1ªPe. 1:19) aos
olhos de Deus. Nesse caso, Jesus teria precisado de um salvador para si mesmo e
sua morte não poderia ter nos remido do julgamento eterno. Sua perfeição o qualificou
para ser o nosso sacrifício expiatório. (2) Ao viver uma vida em conformidade
ativa e absoluta com a Lei de Deus, Jesus obteve o direito de se assentar no
trono de Davi para sempre (Sl. 89; 132; Mt. 1:1). Desse modo, ao reinar sobre
tudo em nosso favor, Ele também garante a nossa salvação. (3) A justiça ativa
de Cristo torna os cristãos justificados diante de Deus. Além de serem
perdoados de seus pecados pela expiação de Cristo, os cristãos também são
feitos “justiça de Deus” (2ª Co. 5:21), pois a justiça de Cristo lhes é
imputada pela fé no salvador. Quando os cristãos estão em Cristo, Deus o Pai os
vê da mesma maneira como vê o Filho, sem pecado. (4) Jesus enfrentou e venceu a
tentação para se tornar nosso sumo sacerdote compassivo diante do Pai nos
lugares celestiais. A impecabilidade de Jesus diante da tentação fez dele o
nosso sumo sacerdote perfeitamente solidário e garantiu o seu direito de nos
representar permanentemente diante do Pai (Hb. 5:9-10; 7:25 - 8.13).
Não é fácil compreender o mistério do Cristo,
mas podemos compreender que em virtude de ser homem sem pecado, ter tomado
sobre si os nossos pecados em caráter substitutivo. Por esta razão é que a sua
luta constitui evento único: Getsêmane e suas tensões, a paixão e suas
circunstâncias só tomam significão e tornam-se compreensíveis através do “ser
sem pecado”. Cristo tem uma função diferente de qualquer outra: a função de
sofrer a pena, salário do pecado. Eis por que psicologicamente, nunca poderemos
devassar a luta de Cristo. Eis por que erra quem insiste em descobrir entre
santidade ou o Ser-sem-pecado e a tentação. Entenderá, embora imperfeitamente,
quem considerar os fatos do Getsêmane através da reconciliação e da
substituição messiânica. Nada de impassibilidade, mas tristeza e temores e
orações insistentes. O cálice é alheio; e quem propicia ao Varão sem pecado é o
próprio Pai. O Pai abandona o grande lutador; os últimos resplendores da Divina
comunhão parecem apagar-se para o Varão de dores, o qual sai desta luta
tremenda com evidente disposição de encarar a fase fina de sua via crucis. “Eis
que é chegada a minha hora”. “Aquele que não conheceu o pecado, se fez pecado
por nós”.
Assim torna-se possível, ou vislumbrar a impecabilidade de Cristo. A teologia
tanto católica como protestante raciocina a partir da união hipostática (união
da Pessoa Divina com a natureza humana) e conclui que a impecabilidade decorre
da união pessoal que faz Jesus Cristo um verdadeiro homem e um verdadeiro Deus.
Ouçamos os dois ramos do cristianismo:
“A união pessoal de Jesus com o Verbo Divino constitui como que uma
santidade substancial” (Philips – católico).
“A Impecabilidade de Cristo deriva da Impecabilidade de Deus” (Winkler-
católico).
“Cristo só podia ter pecado por uma oposição livre de sua vontade contra
a vontade de Deus” (Bartmann- católico).
“Em Cristo houve a possibilidade de pecar, exatamente como Adão antes da
queda, mas uma vez que Cristo se revestiu não
uma pessoa humana, mas só uma natureza humana, nunca houve n’Ele um “eu” humano
que pudesse realizar tal possibilidade de pecar (Kyuper protestante). Muito
feliz a colocação do renomado teólogo protestante.
“Cristo é o Filho de Deus, o Logos que estava com Deus deste o princípio,
Ele é um com o Pai, cumpre sempre a sua vontade, portanto é um absurdo falar
que o Cristo podia pecar, pois é o mesmo que dizer que Deus pode pecar, o que é
blasfêmia” (Bavinck- protestante).
Orton H. Wiley, teólogo protestante vai mais a fundo ao comentar Hebreus
4:15, citando inclusive outros renomados teólogos:
“As palavras choris hamartis (cwriz amartiaz),
aqui traduzida como sem pecado... significam um afastamento pessoal do pecado,
seja por contato ou contágio, seja por ato ou condição. Pode significar: (1) que
Jesus suportou a tentação sem, de modo algum, contaminar-se com o pecado; ou
(2) que Jesus foi tentado em todos os pontos, como seríamos nós se, como Ele,
fôssemos sem pecado.
Westcott disse que o primeiro destes pensamentos não está excluído da
expressão sem pecado, mas o último
parece ser a idéia dominante. Outros exegetas assumem a mesma posição.
Von Holmann observou: “Não apenas a tentação não produziu pecado Nele,
mas não se ligou a pecado algum”. Vaughan afirmou que Jesus foi “tentado em
todos os pontos como nós, mas com absoluta separação, sem a mínima admissão do
pecado”.
O Drº Adam Clarke chegou à mesma conclusão ao disser que “as expressões
à nossa semelhança e sem pecado marcam a distinção entre a humanidade
verdadeira de Jesus e a nossa em estado decaído. Cristo não apenas cedeu sob a
pressão da tentação; Nele não havia
pecado para corresponder a ela. Tampouco havia hábitos pecaminosos a vencer,
como é comum na humanidade (grifo nosso). Continua o estimado teólogo
calvinista, “embora Ele (Jesus) tivesse um corpo humano perfeito, e uma
perfeita alma, esse corpo era perfeitamente equilibrado, isento de impulsos mórbidos
e consequentemente, livres de qualquer movimento irregular. Sua mente ou alma
humana, estando limpa de todo pecado, sendo em todos os aspectos perfeita, não
poderia ter impulsos irregulares, nada que fosse incongruente com a pureza
infinita”. (A Excelência da Nova Aliança em Cristo, Comentário Exaustivo da
carta aos Hebreus, editora Central Gospel, págs.226-229).
Elemento não negligenciável e que nos servirá de advertência contra a
teorização de nossa fé na impecabilidade de Cristo: A Santidade de Cristo, bem
como sua vitória sobre a tentação são ideias bíblicas, integrantes da
Revelação. Na vida de Cristo há um mistério de santidade e de impecabilidade
que devemos sustentar, em união com a Igreja, contra todos os negadores.
Devemos munir-nos contra qualquer mania de abstração, para confessarmos
eficazmente a impecabilidade de Cristo, sem prejuízo da realidade de suas
tentações. Guardando-nos do prurido teorizante, atingiremos uma visão cada vez
mais elevada da impecabilidade de Jesus Cristo. Cristo misteriosamente, não
pode pecar. Em virtude de seu amor e de sua misericórdia, triunfa constantemente
sobre a tentação: ato permanente, inseparável de sua obra mediadora.
A
impecabilidade do Senhor só tem sua explicação genuína no permanente ato
redentor e na inabalável disposição do Cristo. Este não é outro argumento a
favor da santidade indefectível, acrescentando ao argumento tirado da unio
personalis, mas é o mesmo argumento, bem perceptível na intenção íntima da
teologia ortodoxa: “Cristo Pessoa Divino-humana, que veio para fazer sua obra,
vence a tentação de desistir do sofrimento”. “Presentemente, a minha alma está
perturbada. Mas que direi?... Pai, salva-me desta hora...Mas é exatamente por
isso que vim a esta hora” (Jo. 12:27 tradução livre).
Cristo não podia cair na tentação, nem de fato caiu: não por ter-lhe
faltado à liberdade, mas precisamente por causa de sua liberdade, que era uma
liberdade para as coisas de Deus, para os planos Divinos de salvação e
libertação dos homens.
Por tudo dito acima, entendemos que a Igreja inclui no seu credo a
impecabilidade de Cristo, entendendo esta impecabilidade de fato. Cristo não
pecou, e a impecabilidade de direito: Cristo não podia pecar. Esta não é uma
conclusão lógica, comportando o corolário de que a Paixão só foi aparente. Pelo
contrário, é exatamente no fato de Cristo não poder pecar que a Igreja
vislumbra o mistério de Cristo, a unio personalis, e reconhece o motivo da
Encarnação: A Encarnação,
Escrituristicamente falando, só foi motivada pelo pecado. No seu amor, fiel até
o fim, generoso até a morte na cruz, encontramos a chave de todos os enigmas:
Cristo venceu qualquer tentação com soberana liberdade, através de lutas,
angústias e tristezas muito reais – impecabilidade, fonte de consolação para a
Igreja e objeto de seu testemunho mais valioso.
Como estudamos, esta
doutrina tem seguros fundamentos bíblicos e racionais, além dos textos já
citados vemos que o Cristo é a encarnação da segunda pessoa da trindade, por
isso naturalmente teria de ser impecável!
Note-se ainda que a viva convicção da Santidade absoluta de Jesus, os discípulos não a obtiveram pela crença na sua
divindade, pois essa crença veio depois da convicção da santidade e,
consequente, impecabilidade e teve nela um dos seus fundamentos.
Na convivência com o Mestre, eles se compenetraram da sua absoluta perfeição moral, embora
soubessem que Ele não estava isento de tentações. Sabiam que Ele fora tentado
pelo diabo no deserto, e como diz o escritor aos Hebreus “tentado em todas as
coisas à nossa semelhança, exceto no pecado (Hb. 4:15).
Este fato de ter Ele sofrido tentações, ao lado do fato de não ter
cometido pecado, suscita uma questão embaraçosa. Ele podia ou não podia pecar?
(posso pecare ou non posso pecare?). Se pelo fato de ser Deus Ele não podia
pecar, como era possível que fosse tentado? Não resvalavam todas as tentações
na couraça da sua divindade, sem lhe fazer a mínima mossa? A impossibilidade
subjetiva de pecar não tirava toda a força às tentações objetivas?
Por outro lado, se o fato de Ele ser tentado prova a possibilidade de cair
na tentação, como conciliar essa possibilidade com a sua impecabilidade divina?
Adão pode ser tentado por que tinha a possibilidade de cair e de não
cair; como pode o segundo Adão ser tentado sem ter a possibilidade de cair?
Diante dessa dificuldade em que a ortodoxia se vê, os teólogos
racionalistas, que não crêem na divindade de Jesus, acham no caso uma razão dessa
sua maneira de ver e afirmam que Ele era um mero homem capaz de pecar mas que,
por sua própria energia, pôde vencer as tentações e tornar-se o mais alto
padrão da perfeição moral, digno de imitação e capaz por isso de salvar outros
do pecado.
Negando assim a divindade de Jesus é fácil resolver o problema de como
podia ser tentado; mas essa negação não explica o fato de Ele não cair nas
tentações quando todos os homens caem.
Essa teologia dialética existencialista não explica de como Jesus
podendo pecar não pecou como diz as Escrituras, entendemos que essa não é a
verdadeira teologia cristã e a que a fé não pode ser mantida geralmente fora
dos “padrões históricos” que os teólogos liberais julgam absurdos.
Reconhecemos que há mistério no fato de Jesus poder ser tentado e não
poder pecar. O mistério como é sabido ultrapassa a capacidade humana de
entendê-la, mas não é absurdo ou contraditório da razão. A tentação em si não é
pecado; quando repelida, ela serve até para fortalecer o caráter da pessoa qual
a sofreu. Se pode qualquer pessoa ser tentada e não pecar, Jesus também o
podia, por que a queda não é o conteúdo da tentação, a qual pode ser tão forte
em quem não cede a ela como em que cede. É natural até que a pessoa que tem
virtude bastante para repelir uma proposta imoral sofra mais com ela do que
quem a cedeu, por que ela está, em sua fraqueza, não teve oportunidade de
resistir tanto como a outra.
Além disso, o sofrimento de uma tentação não vem só da força com que
apela a vontade da sua vítima, mas também, e principalmente, da repulsa que a
virtude sente pelo vício; a nobreza, pela infâmia.
Assim sendo não é impossível e nem absurda a idéia de Jesus ser tentado,
apesar da sua impecabilidade. Ele em sua pureza e perfeição moral, pôde sofrer
a tentação tanto ou mais do que qualquer outro homem. Além disso, o fato de que
no seu estado de humilhação, o Deus Encarnado regulava sua consciência humana,
de modo que Jesus pôde desenvolver-se naturalmente como qualquer homem, deixa
claro que sua impecabilidade não impedia que Ele fosse tentado.
Em Jesus não havia o desejo de pecar como
ocorre com todos os homens depois de Adão. Não havia um pensamento mal se quer
no Cristo, todas as tentações vieram de fora nunca de dentro. Isto é dogma de
fé de toda teologia sadia.
O Drº Louis Berkhof nos diz
algo interessante sobre o tema:
“Atribuímos a Cristo não somente a
integridade natural, mas também a moral, ou perfeição moral, isto é,
impecabilidade. Significa não apenas que Cristo pode evitar o pecado (potuit
non pecare), e que de fato evitou, mas também que Lhe era impossível pecar (non
potuit pecare), devido à ligação essencial entre as naturezas humana e divina.
A impecabilidade de Cristo foi negada por Martneau, Iving, Menken, Holsten e
Pfleiderer, mas a Bíblia dá claro testemunho delas nas seguintes passagens: Lc.
1:35; Jo. 8:46; 14:30; 2ª Co. 5:21; Hb. 4:15; 9:14; 1ª Pe. 2:22; 1ª Jo. 3:5.
Apesar de Jesus ter-se feito pecado judicialmente, todavia, eticamente estava
livre tanto da depravação hereditária como do pecado fatual. Ele jamais se fez
confissão de erro moral; tampouco se juntou aos seus discípulos na oração
“perdoa os nossos pecados”. Ele pode desafiar os seus inimigos a convencê-lo de
pecado. A Escritura até O apresenta como pessoa em que se realizou o ideal
moral, Hb. 2:8, 9; 1ª Co. 15.45; 2ª Co. 3:18; Fp. 3:21. Além disso, o nome
“Filho do Homem”, do qual se apropriou, parece dar a entender que Ele correspondeu
ao perfeito ideal da humanidade”. (Teologia Sistemática, Louis Berkhof, Ed.
Cultura Cristã).
Por tudo que expomos acima, podemos tirar também algumas lições
espirituais sobre a tentação e a recusa de Jesus: (1) Satanás é o nosso maior
inimigo. O cristão deve estar consciente de que está numa guerra espiritual
contra poderes malignos invisíveis, porém claramente reais (Ef. 6: 11,12) e (2)
Sem o devido emprego da Palavra de Deus, o cristão não pode vencer o pecado e a
tentação.
Antes de concluirmos esta
parte vamos ouvir um dos maiores teólogos da atualidade, Wayne Grudem:
“A impecabilidade de Jesus é ensinada com frequência no Novo
Testamento”... e as declarações são mais explicitas no Evangelho de João.
Juntamente com a impecabilidade de Jesus devemos notar de modo mais
detalhado a natureza de suas tentações no deserto (Mt. 4:1-11; Mc. 1:12,13;
Lc.4:1-13). A essência dessas tentações era uma tentativa de convencer Jesus a
escapar da trilha da obediência e do sofrimento que lhe fora designado como o Messias...
Em muitos aspectos essa tentação forma um paralelo com a tentação enfrentada por
Adão e Eva no jardim do Éden, mas foi muito mais difícil. Adão e Eva tinham
comunhão com Deus e um com o outro e abundância de todos os tipos de comida,
pois receberam ordens só de não comer de uma árvore. Contrastando com isso,
Jesus não tinha comunhão com seres humanos, nem comida com que se alimentar, e
depois de jejuar quarenta dias, estava a ponto de morrer fisicamente. Em ambos
os casos, o que se exigia não era uma obediência a um princípio moral eterno
arraigado no caráter de Deus, mas um teste de obediência pura a uma instrução
específica de Deus. A Adão e Eva, Deus ordenou que não comessem da árvore do
conhecimento do bem e do mal, e a questão era se obedeceriam simplesmente por
Deus lhes ter falado. No caso de Jesus... Ele compreendeu que era a vontade do
Pai que nada comesse durante aqueles dias e simplesmente permanecesse ali até
que o Pai lhe dissesse que a tentação estava encerrada e que Ele podia partir.
Podemos compreender, portanto o significado da tentação: “se és o filho
de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão” (Lc. 4:3). É claro que
Jesus era o filho de Deus, e é claro que Ele tinha o poder para transformar
instantaneamente qualquer pedra em pão... Mas Ele viera para obedecer
perfeitamente a Deus em nosso lugar, e deveria fazê-lo como homem. Isso
significa que tinha que obedecer só em seu poder humano. Se tivesse recorrido
aos seus poderes divinos para tornar, mas fácil para si à tentação, não teria
obedecido plenamente a Deus como homem...
Jesus poderia ter pecado? Às vezes levanta-se a questão... Alguns
defendem a impecabilidade de Cristo, entendendo por impecável “não sujeito a
pecar”. Outros objetam que se Jesus não fosse capaz de pecar, suas tentações
não teriam sido reais, pois como uma tentação seria real, se a pessoa que
estivesse sendo tentada não fosse mesmo capaz de pecar?
Para responder esta pergunta, precisamos distinguir, por um lado, o que
a escritura afirma claramente, e por outro lado, o que é mais uma inferência de
nossa parte. (1) As Escrituras afirmam
claramente que Cristo jamais pecou... (2)
Elas também afirmam que Jesus foi tentado e que as tentações foram reais... (3)
Também precisamos afirmar com as Escrituras que “Deus não pode ser tentado pelo
mal" (Tg. 1: 13). Mas aqui a questão torna-se difícil: Se Jesus era
plenamente Deus e também plenamente humano... então não somos obrigados também
a afirmar que Jesus também “não pode ser tentado pelo mal”?
Isso é tudo o que podemos dizer pelas afirmações das Escrituras. Nesse
ponto ficamos diante de um dilema semelhante a uma série de outros dilemas doutrinários...
por exemplo a trindade.
...A
natureza humana de Jesus jamais existiu a parte da união com sua natureza
divina. Desde o momento de sua concepção, Ele existiu como verdadeiro homem e
também verdadeiro Deus. Tanto a sua natureza humana como a divina existiram
unidas em uma pessoa. Embora Jesus estivesse experimentado fome, sede ou
fraqueza só em sua natureza humana... um ato pecaminoso seria um ato moral que,
aparentemente, teria envolvido toda a pessoa de Cristo. Assim, se tivesse
pecado, isso teria envolvido sua natureza divina bem como a humana. Mas se
Jesus como pessoa tivesse pecado, implicando tanto a natureza humana como a
divina no pecado, então o próprio Deus teria pecado e teria deixado de ser
Deus. Assim, se perguntarmos se de fato era possível Jesus pecar, parece que
precisamos concluir que isso não era possível. A união de sua natureza humana e
divina em uma pessoa o impedia de pecar (grifo nosso).
Mas a pergunta continua de pé: “Como, então, as tentações de Jesus
podiam ser reais?”... Jesus tinha a capacidade de realizar milagres, mas se o
fizesse, não estaria obedecendo só na força de sua natureza humana, teria
fracassado na prova como Adão... e não teria conquistado para nós a salvação.
Assim Jesus recusou-se a recorrer à sua natureza divina para tornar a
obediência mais fácil para Si. De modo semelhante, parece certo concluir que
Jesus enfrentou cada tentação do pecado, não por seu poder divino, mas só na
força de sua natureza humana (embora dependesse de Deus Pai e do Espírito Santo
em todos os momentos). A força moral de sua natureza divina estava ali como
tipo de “barreira” que, em todo caso, o impedia de pecar... mas Ele não podia
fiar-se na força de sua natureza divina.
Nesse caso, as tentações eram reais?... Cada
tentação que enfrentou, enfrentou-a até o fim e a venceu. As tentações eram
reais, ainda que não cedesse a elas. De fato, foram mais reais por que Ele não
cedeu a elas (grifo nosso).
Que diremos, então, do fato
de que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg. 1:13)? Parece que isto faz
parte de uma série de afirmações que precisamos fazer a respeito da natureza
divina de Jesus, mas não de sua natureza humana. Essa natureza divina não podia
ser tentada pelo mal, mas sua natureza humana podia, e é claro que foi tentada.
Como essas duas naturezas uniam-se em uma pessoa ao enfrentar tentações? A
Bíblia não nos explica de maneira clara. “Mas essa distinção entre o que se aplica
a uma natureza e o que se aplica a outra é uma série de declarações semelhantes
que a Bíblia exige que façamos” (GRUDEN, Wayne. Teologia Sistemática – atual e
exaustiva, ed. Vida Nova, São Paulo, 1999. Pág.440-442).
Os
Concílios e as Confissões de Fé
As confissões eclesiásticas são explícitas
quanto à santidade de Cristo. Os primeiros concílios não deixam de insistir na
perfeita inocência do Senhor. Vejamos:
* Concílio de Éfeso (431) “Anátema seja
quem disser que Cristo se ofereceu em sacrifício também por si mesmo e não
exclusivamente por nós, porquanto não
precisava de oferenda aquele que não conheceu pecado alguns”.
* Concílio de Calcedônia (451) “Cristo se
fez semelhante a nós em tudo, salvo no
pecado”.
* O Tomo de Leão (440-461) “Nunca poderíamos derrotar o autor da morte e
do pecado, se o Filho não tivesse tomado nossa natureza, fazendo-a a sua, o
Verbo que nem a morte, nem o pecado
podem deter...”.
* Quinto concílio de Constantinopla (553) Condenou Teodoro de Mopsuesta
que sustentava estar o Cristo
internamente sujeito a tentação.
* Decreto “pro jacobitis” do papa Eugênio IV (1439) Ensina que Cristo
foi isento do pecado original. Segue
a bula papal: “Qui sine peccato conceptus... peccata mostra delento solus su
morte prostravit”.
* Catecismo de Heidelberg “Tratando das duas naturezas de Cristo,
proclama que este era o Justo; na meditação do 14º domingo, considera-se
expressamente a Santidade do Cristo, semente de Davi, semelhante a nós em tudo, exceto o pecado”.
* Confessio Bélgica (artigos
18 e 26) “Cristo em tudo foi igual a nós, menos
no pecado”.
* Confissão Húngara “É imprescindível que o mediador da nova aliança e o
reconciliador seja um homem genuíno,
livre de toda mancha, quer seja de pecado original ou de qualquer outro
pecado”.
* Confissão de fé católica
(meditação para o domingo de Páscoa) “Cristo que se fez homem concebido da
Virgem Maria, sem pecado algum”.
* Confissão de Fé de Westminster (1643) “O Filho de Deus, a segunda
pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai
e igual a Ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a natureza
humana com todas as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns, contudo sem pecado”.
Todas as confissões, dogmas
de fé, os concílios, enfim, todos concordam com as Escrituras no que tange a
Impecabilidade do Senhor, seja ela reformada, luterana, católica, anglicana,
batista ou assembleiana, aliás, no cremos, que é um dogma de fé que conduz
todas as Assembléias de Deus, publicado em seus periódicos, reza o seguinte:
”Cristo se fez home igual a nós, menos
no pecado”.
Esta perfeita harmonia na fé só reina, por que todos confessam o Cristo
imaculado, segundo as Escrituras. Pois quando nos desligamos da Escritura, para
dar crédito a antropologia, psicologia e a teologia liberal, que está
totalmente divorciada da Palavra de Deus, sucumbiremos às heresias, colocando a
santidade de Cristo em termos humanos e em ambientes humanos, rebaixando o Cristo.
conclusão
A
Santidade de Cristo, vista à luz total da revelação, assim como da posição da
Igreja e teologia ortodoxia, nunca poderá ser um simples ideal ético, como quer
R. Nieburh, teólogo existencialista, nem poderá ser descrita com palavras tais
como consagração, devoção ou semelhantes como quer Schleiermacher, Hegel e
outros teólogos liberais. A revelação nos fala do mistério daquele que foi
feito pecado por nós para nos salvar do pecado. Somente à luz da correlação,
“sem pecado e feito pecado para nos salvar do pecado”, é que confessamos a
imaculada santidade de Cristo. O homem possuído de um espírito imundo (Mc. 1:
21-28) exclama, Jesus de Nazaré! Vieste atormentar-nos antes do tempo? Bem sei
quem tu és: O SANTO DE DEUS! Ele
realmente é o Santo de Deus, semelhante a nós em tudo, exceto no pecado, isto
nós confessamos.
Eis aqui um grande mistério da fé. Mas abalizado nas Escrituras, na
posição da Igreja e na tradicional teologia afirmamos que Jesus Cristo era uma
pessoa cem por cento homem e cem por cento Deus, e na sua natureza humana foi
tentado em tudo e não cedeu em nenhuma delas!
Concluo com o pensamento de Millard J. Erickson: “Mas uma pessoa que não
peca é realmente humana? Se dissermos não, estamos sustentando que o pecado faz
parte da essência humana. Tal concepção deve ser considerada heresia grave por
qualquer pessoa que creia que a humanidade foi criada por Deus, já que Deus
seria então a causa do pecado, o criador de uma natureza essencialmente má.
Porquanto sustentamos, pelo contrário, que o pecado não faz parte da essência
da natureza humana, em vez de perguntar “Jesus é tão humano quanto nós?”
Devemos perguntar “nós somos tão humanos quanto Jesus”?”, pois o tipo de
natureza humana que cada um de nós possui não é a natureza humana pura. A
verdadeira humanidade criada por Deus foi, no nosso caso, corrompida e
danificada. Só houve três seres humanos puros: Adão e Eva (antes da queda) e
Jesus. Todos os outros, os restantes de nós não passam de versões quebradas,
corrompidas de humanidade. Jesus não é apenas tão humano como nós; Ele é mais
humano. Nossa humanidade não é um padrão pelo qual possamos medir a dele. Sua
humanidade, verdadeira e não adulterada, é o padrão pelo qual nós seremos
medidos”. (Erichson, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática, tradução de
Lucy Yamakami, São Paulo, Vida Nova, 1977).
BIBLIOGRAFIA
*
BAILLIE, Donald M. Deus estava em Cristo, Ed. ASTE, 1964.
* BERKOUWER,
G.C. A Pessoa de Cristo, tradução de A. Zimmermann Ed. JUERP/ASTE, 1983.
*
DREYFUS, François, Jesus Sabia que Era Deus? Tradução José Nogueira Machado.
Ed. Loyola, 1987.
*
DUQUOC, Christian, Cristologia: Ensaio Dogmático, o homem Jesus, tradução de
Atico Fassini, Ed. Loyola, 1977.
*
LALLI, Sabatini, O Logos Eterno, Ed. Confederação Evangélica do Brasil, 1960.
*
TEIXEIRA, Alfredo Borges, Dogmática Evangélica, Ed. Pendão, 1958.
*GRUDEM,
Wayne A. Teologia Sistemática, Ed. Vida Nova, 1999.
*
ADAM, Karl, O Cristo da Fé, Ed. Quadrante, 1956.
*
BARCLAY, Willian, Quem é Jesus? Imprensa Metodista, 1972.
*
BERKHOF, Louis, Teologia Sistemática, Ed. Cultura Cristã, 1980.
*
WILEY, Orton H. A Excelência da Nova Aliança Em Cristo, Comentário Exaustivo da
Carta aos Hebreus, Ed. Central Gospel, 2008.
*
LABURU, José de A. Jesus Cristo é Deus? Ed. Loyola, 1974.
*
GEISLER, Norman, Teologia Sistemática, VOL. I Ed. CPAD, 2010.
*
BROWN, Colin, Editor Geral, O Novo Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1981.
*
ELWELL, Walter, Editor, Enciclopédia Histórico-teológica da Igreja Cristã, Ed.
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1988.
*
Novo Testamento Interlinear Grego-Português, Ed. Sociedade Bíblica do Brasil,
Barueri, SP. 2004.
* Bíblia
de Jerusalém, Ed. Paulus, 2002.
* VINE, UNGER E WHITTE, W.E, Merril e William Jr. Dicionário
Vine, Ed. CPAD, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário